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Dicas para elaboração de projeto de instalação elétrica

Atualizado: 18 de ago. de 2019



01 : Estudo preliminar


Na reunião junto ao cliente, além da minuta de contrato, detalhes específicos da instalação são abordados e definidos a partir das necessidades de uso previsto para os diversos pontos elétricos como listado a seguir.


• Alimentação geral monofásica ou trifásica;

• Tipo de teto nas dependências: laje, forro;

• Localização do quadro de medição e dos de distribuição;

• Casa de bombas na piscina;

• Bombas de recalque de água;

• Banheira hidromassagem;

• Sensor de presença em garagem, corredor, lavabo;

• Ar condicionado: ambientes e tipo de equipamento;

• Chuveiro elétrico;

• Iluminação interna nos ambientes: normal, de realce;

• Iluminação externa: normal, de realce;

• Acionamento elétrico de portões;

• Boiler elétrico de aquecimento solar;

• Arandelas nos banheiros;

• Campainha ou interfone: interfone, integrado a central telefônica;

• Pontos de telefonia;

• Pontos de TV/Home theater;

• Sistema de alarme;

• Sistema de geração de emergência;

• Sistema de iluminação e sinalização de emergência;

• Sistema de aterramento;

• Sistema de cogeração


É importante um projeto básico de luminotécnico com os pontos elétricos definidos na arquitetura. Se o arquiteto ou engenheiro responsável pelo projeto arquitetônico não estiver definido o projeto, é recomendável a participação dos envolvidos na reunião junto ao cliente.


02: Escolha do software


Diversas ferramentas e recursos são fornecidos no mercado para cálculo e elaboração do projeto elétrico. Na Almirante Engenharia, utilizamos software com plataforma BIM para projeto de instalações, elétricas, telefonia, cabeamento estruturado e SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas).


Na entrega do projeto, podemos citar o programa computacional gráfico (se usado) na elaboração do projeto com identificação completa de autoria e versão.


03: Estudo e aplicação das normas técnicas


Estudo e aplicação das normas técnicas da concessionária local com os detalhes de entrada de serviço em MT e BT, normas da ABNT, além das normas específicas aplicáveis ao tipo de atividade fim prevista para a edificação.


As NORMAS GERAIS são:


• ABNT NBR5410/2008 – Instalações elétricas de baixa tensão;

• ABNT NBR5419/2015 – Proteção de estruturas contra descarga atmosféricas;

• ABNT NBR14039/2005 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0kV a 36,2kV;

• ABNT NBR 13570:1996 – Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público – Requisitos Específicos;

• NR10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade - Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego nº 598 de 07/12/2004

• Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, NBR 13534/1995 da ABNT;

• Especificações Técnica de Baixa Tensão (indicar da Concessionária) – se aplicável;

• Especificações Técnica de Alta Tensão (indicar da Concessionária) – se aplicável;

• Especificações Técnica de Entrada Coletiva (indicar da Concessionária)– se aplicável;

• Regulamentações da ANVISA – Resolução RDC nº 50, de 21.02.2002 – se aplicável.


Devem ser também respeitadas as limitações técnicas impostas pelos materiais, obedecendo às recomendações específicas dos fabricantes.


04: Documentos e recursos para atender as ligações e fiscalizações na obra.


Antes do início do empreendimento, é importante verificar junto à concessionária local a disponibilidade de atendimento à nova demanda.

Em municípios atendidos pela CEMIG, todas as orientações e requisitos exigidos para uma ligação nova estão disponíveis no site da empresa.

Devem ser mantidos os seguintes documentos na obra para disponibilização às fiscalizações dos órgãos competentes municipais e profissionais:


• Alvará de construção

• Documento de Responsabilidade Técnica do profissional habilitado.



05: Orientações de execução


Para definir roteiros orientativos de execução de obra de instalações elétricas podemos classificar dois tipos de projetos, identificados quanto ao sistema de alimentação elétrica:

a) Projeto de instalações elétricas convencionais;


i) Edificação com carga instalada máxima de até 75kW – Consumidor individual;

ii) Edificação com carga instalada máxima de até 225 kVA – Consumidor de uso coletivo;

iii) Edificação atendida em MT


b) Projeto de instalações elétricas com cogeração – micro e minigeração.


Cada empresa de distribuição regional do território nacional possui as suas normativas para orientação de execução dos projetos de instalações elétricas com cogeração

– micro e minigeração. Todas elas visam atender a:


• Resolução Normativa ANEEL n° 687, de 24 de novembro de 2015, passando a valer a partir de 1º de março de 2016, que estabelece as condições gerais para o acesso de micro e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o

sistema de compensação de energia elétrica.


Assim, o autor de projetos de instalações elétricas deve acessar essa documentação técnica, na versão mais atualizada, na região onde se situa a obra.


06: Elaboração do memorial descritivo e roteiro de projeto.


Devemos identificar o projeto, com o carimbo na prancha, contendo:


OBRA: Nome

LOCAL: Endereço completo;

PROPRIETÁRIO: Nome

PROJETO: Identificação, título e revisão

RESPONSÁVEL TÉCNICO: Nome

CREA: Código

Data: Mês e ano.


Devemos ter no projeto o resumo da entrada de energia contendo:

• Nível da tensão:

• Subestação de transformação (se houver e potência em kVA)

• Tensão da medição: Usar a metodologia de cálculo da demanda da concessionária para definição da proteção na entrada de energia, citando a norma dessa empresa.


07: Elaboração da lista de materiais:


Na lista de materiais são especificados cada tipo, tamanho e quantidades, de acordo com o projetado. É importante disponibilizar junto ao projeto a lista de materiais de cada pavimento e detalhamento. Além de facilitar o orçamento e a compra de material, ajuda o eletricista na execução da obra.


08: Quadros de medição, distribuição e proteção:


Todos os quadros devem ser aterrados, sendo que o condutor terra deve ser conectado com o condutor neutro somente na entrada de energia (QM1 - Quadro de Medição).

Os quadros devem possuir barramentos compactos isolados e espelho de proteção para o caso de barras separadas.

Os disjuntores devem ter identificação com a do seu respectivo circuito, acessível para leitura com a abertura da porta externa. Essa identificação deve ser:

• Dos disjuntores no espelho interno

• Do quadro na tampa externa

Todos os barramentos devem ser de cobre com isolação compatível com o nível estabelecido no projeto. Os quadros devem possuir:

• Barramento de Neutro isolado da Carcaça e Barramento de Terra.

• Nos quadros IT-MÊDICO (se aplicável) deve haver barramento de equalização de potencial.

Para aterramento de estruturas metálicas, deve-se levar um condutor de aterramento exclusivo para esta finalidade,

Toda a fiação dentro dos quadros deve ser amarrada com presilhas plásticas próprias para tal.



09: Aterramento


O aterramento destina-se ao sistema elétrico e para proteção dos equipamentos e segurança de pessoas. Este aterramento deve ser composto de 1 caixa de inspeção

com 1 haste de aterramento, tipo Copperweld, diâmetro 5/8”, comprimento 2,40 metros (mínimo) localizada junto ao quadro de medição interligada por um condutor de cobre nu, de mesma seção dos de entrada, à barra de aterramento do quadro. As conexões do cabo, nas duas extremidades deve ser feita por conectores apropriados.


Em caso de necessidade, dependendo do porte da instalação ou a haste da caixa de inspeção é interligada com mais 4 hastes enterradas a distâncias de 3,0 m entre elas por cabo nu de mesma seção acima. Se for o caso, deve ser feito um anel periférico externo de interligação da ferragem estrutural da edificação da subestação por meio de cabo de cobre nu também de mesma seção enterrado diretamente. O cabo do

anel deve ser ligado por solda a estanho à ferragem estrutural conforme detalhe indicado no projeto.


O valor mínimo da resistência de aterramento deve conforme recomendação da Concessionária, porém não superior a 10 Ohms.

Todos os barramentos de terra dos quadros de distribuição da edificação devem ser interligados por cabo de cobre de mesma seção dos seus alimentadores de entrada e o

mais próximo do de medição, ligado a este do mesmo modo.


10: Tabelas de cargas e demandas


Devemos indicar o método de cálculo para os níveis de iluminação dos ambientes e os valores recomendados pelas normas Brasileiras.


As tabelas de cargas e demandas são indicadas nos desenhos do projeto e os esquemas elétricos contêm os dados dos cabos e dos disjuntores.

Referências das lâmpadas adotadas:

• Lâmpadas fluorescentes econômicas: indicar potência e tensão

• Lâmpadas fluorescentes compactas: indicar potência e tensão

• Lâmpadas LED: indicar potência e tensão

• Lâmpada vapor metálico: indicar potência e tensão


As quantidades de luminárias e lâmpadas foram definidas para um nível de aclaramento. Em caso de modificações, para manter o mesmo aclaramento, deve ser recalculado para se obter o novo quantitativo de lâmpadas.


11: Esquema multifilar dos quadros de distribuição de energia


Os esquemas multifilares dos quadros elétricos ficam organizados por pavimento. Nos esquemas constam todas as informações de cargas, demandas, barramentos, fiação,

disjuntores de proteção e distribuição das fases.


12: Ensaios


Todas as instalações devem ser submetidas a diversos tipos de testes, comprovando o seu funcionamento e desempenho esperados.


13: Notas de serviço


Após elaboração do projeto, para orientação de instalação e boa leitura do mesmo, é recomendável algumas notas de serviço.

Segue abaixo as principais notas de serviço dos projetos de instalações elétricas de edificação, elaborados pela Almirante Engenharia.


• A tubulação pode ser embutida nas alvenarias, no piso e teto ou aparente quando estiver acima do forro, nos locais onde não foi prevista tubulação embutida.

• Se necessário a tubulação que for enterrada deve ser envolvida por uma camada de concreto de cerca de 5 cm;

• As emendas dos eletrodutos devem ser feitas por luvas a fim de garantir a continuidade da superfície interna da canalização;

• As caixas que contiverem interruptores ou tomadas devem ser fechadas pelos espelhos que completam a instalação desses dispositivos;

• Nos trechos retilíneos, o espaçamento entre duas caixas no mesmo eletroduto deve ser de no máximo 15 m; nos trechos dotados de curvas, este espaçamento deve ser

reduzido de 3 m para cada curve 90 graus;

• Antes da enfiação, devem ser feitas a limpeza e secagem da tubulação;

• Todas as pontas das tubulações devem ter suas bordas lixadas para evitar rebarbas cortantes que possam danificar os condutores;

• A fixação de canaleta aparente é feita em espaçamento igual ou inferior a 1,50 m;

• Os condutores elétricos devem possuir terminais de compressão apropriados para os barramentos e ou disjuntores;

• As caixas serão obstruídas com papel ou pano, para evitar a penetração de argamassa;

• Como lubrificante, para facilitar a enfiação dos condutores, é permitido o uso de talco, parafina, pó de pedra-sabão ou produtos especiais para esta finalidade;

• Todas as emendas devem ser feitas eletricamente perfeitas, se possível soldadas, cobertas por fitas isolantes até formar espessura igual a do isolamento normal do condutor;

• Todas as emendas devem ficar dentro de caixas;

• Nas juntas de dilatação o eletroduto é interrompido, podendo-se usar para garantir a estanqueídade do circuito um pedaço de eletroduto de maior seção, unindo as duas seções interrompidas. Neste caso convém utilizar condutores flexíveis;

• Os condutores somente devem ser enfiados depois de estar completamente terminada a rede de eletrodutos e concluídos todos os serviços de construção que

possam danificá-los;

• A colocação dos aparelhos e espelhos de interruptores e tomadas só será realizada depois da pintura construção;

• Recomendamos substituição de todos os disjuntores dos quadros existentes (se for o caso) por disjuntores equivalentes aos atuais, caso estes estejam em operação há

mais de 5 anos. Recomendamos, também, que a cada 5 anos, depois de instalados, esses disjuntores sejam substituídos por outros novos.

• Localização de caixas para interruptores, tomadas e arandelas:

›› A parte inferior da caixa, para tomada comum, fica a 0,30 m do piso acabado e nos lugares úmidos, a 1,30m; salvo exceções especificadas em projeto;

›› A parte inferior da caixa, para interruptor, fica a 1,30 m do piso e quando estiver próximo à porta será localizado a 0,10 m da respectiva esquadria, sempre do lado da fechadura;

›› A parte inferior da caixa, para saída de chuveiro, fica a 0,10 m acima e 0,10 m à direita do cano de saída de água, salvo exceções;

›› A parte inferior da caixa, para tomada de ar condicionado, fica no mesmo nível e 0,10 m à direita da caixa deixada para o ar condicionado, salvo exceções;

›› A parte inferior da caixa, para arandela, fica a 2,0 m do piso acabado, salvo exceções;

›› A parte inferior da caixa, para tomada de TV e Pontos autônomos, fica a 2,55m do piso acabado, salvo exceções;

›› Nas caixas de saída para chuveiro e / ou torneira, deve-se fazer a ligação através de conectores de no mínimo 25 A, sendo a saída dos fios para o aparelho através de um espelho com furo. Deve sempre analisar as características do aparelho instalado.

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